As escolas ocidentais modernas, tais quais as conhecemos, surgiram na Europa no final do século XVIII, na esteira de dois movimentos que definiam o mundo que então se desenhava: o Iluminismo e a Revolução Industrial. Do Iluminismo veio a ideia de que o professor é o detentor do conhecimento e que o estudante é uma tábula rasa, pronta para ser preenchida pelos saberes (superiores) do docente. Da Revolução Industrial veio a prática de padronização do produto, o que justifica o agrupamento de estudantes da mesma idade, a disposição das carteiras nas salas de aula, a adoção de um único método de ensino e uma única forma de avaliação.
Talvez essas orientações tenham feito sentido durante um tempo, sobretudo quando o acesso às informações era mais difícil, mas não fazem mais sentido perante o mundo atual em que quase toda informação produzida é rapidamente acessada. Mesmo assim, essas práticas continuam entranhadas na formação de professores, nos cotidianos das escolas e nas expectativas das famílias.
A crítica a esse modelo não vem de hoje. A experiência pedagógica do consagrado escritor russo Liev Tolstói já no século XIX é referida por muitos movimentos de educação livre e democrática. Tolstói, além de consagrado escritor, entre os maiores clássicos da literatura russa, foi também educador e fundou treze escolas para crianças camponesas. Ele escreveu sobre princípios educacionais em seu ensaio The School at Yasnaya Polyana (1862) e pode ser considerado um pioneiro da liberdade e da educação democrática dentro da educação escolar, sendo uma referência para a educação libertária.
Educadores e pedagogistas brasileiros com experiências de destaque:
O mineiro Eurípedes Barsanulfo que saía com os estudantes pela cidade em atividades pedagógicas exploratórias.
O cearense Lauro de Oliveira Lima, que propunha as comunidades de aprendizagem.
O baiano Anísio Teixeira, e seu projeto de Parque Escola;
O mineiro Darcy Ribeiro e seu trabalho na criação dos Centros Integrados de Ensino Público (CIEPs);
A mineira Lélia Gonzalez e a sergipana Beatriz Nascimento, que pensaram a educação sob um viés de mulheres negras e feministas;
O baiano Milton Santos observando as exclusões geográficas, sintoma da desigualdade do sistema capitalista;
A potiguar Nísia Floresta, feminista, abolicionista e republicana, uma pensadora à frente do seu tempo;
O pernambucano Paulo Freire, um dos maiores pedagogos do século XX;
Experiências escolares no século XX, como Summerhill, na Inglaterra, e Escola da Ponte, em Portugal, radicalizaram a autogestão estudantil, rompendo com tudo aquilo que era normativo no processo de escolarização de seu tempo. Essas escolas deixaram de aplicar provas e de dar notas aos estudantes, os professores tornaram-se tutores, no lugar das salas de aula introduziram espaços mais abertos e menos segmentados, e as aulas e disciplinas foram substituídas por projetos, comissões, assembleias com pauta aberta e coletiva construída pela comunidade escolar inteira, entre outros.
No Brasil, assim como em outros países americanos e na Europa, o movimento da Escola Nova, que defendia a universalização da escola pública, laica e gratuita, foi muito importante para se pensar a renovação do ensino. O grande marco desse movimento foi o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, lançado em 1932 por um grupo de 26 educadores e intelectuais.
As escolas experimentais e os ginásios vocacionais, na década de 1960, também tiveram seu valor, pois foram pioneiros em políticas públicas mais humanistas, abertas a propostas de avaliação menos fechadas e taxativas e considerando os indivíduos e as relações humanas.
Individualmente, alguns educadores e pedagogistas brasileiros também se destacaram em uma diversidade de experiências: o mineiro Eurípedes Barsanulfo que saía com os estudantes pela cidade em atividades pedagógicas exploratórias; o cearense Lauro de Oliveira Lima, que propunha as comunidades de aprendizagem; o baiano Anísio Teixeira e seu projeto de Parque Escola; o mineiro Darcy Ribeiro e seu trabalho na criação dos Centros Integrados de Ensino Público (CIEPs); a mineira Lélia Gonzalez e a sergipana Beatriz Nascimento, que pensaram a educação sob um viés de mulheres negras e feministas; o baiano Milton Santos observando as exclusões geográficas, sintoma da desigualdade do sistema capitalista; a potiguar Nísia Floresta, feminista, abolicionista e republicana, uma pensadora à frente do seu tempo; o pernambucano Paulo Freire, um dos maiores pedagogos do século XX. Esses são alguns representantes importantes de diferentes lutas e aspectos que buscaram qualificar e garantir a educação e a escola pública como um direito, contribuindo para o desenvolvimento das escolas livres no país.